quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

SEGREGAÇÃO DE CLASSE SOCIAL

As soluções fácies para resolver os problemas sociais dos trabalhadores e sua prole, observa-se as atitudes governamentais de agentes com uma retórica simplista de basta não reprovar ou fazer revisão paralela durante o ano e está tudo resolvido. Não se analisando as condições que se tem para que de fato se tenha uma aprendizagem. Soluções mais complexas são estruturais como escolas integral com atividades culturais, ou apenas um reforçoextra classe em horários alternados seria bem vindo. Protagonismo cultural como estimulos a auto estima, a independência e compromisso com suas obrigações de estudantes. É claro que necessitamos de mudanças também estruturais de toda a sociedade a garantia de emprego por exemplo, ou apenas acesso igual ao trabalho e renda para todas as pessoas na sociedade, em vez do atual sistema de classe socias que vivemos atualmente. O sociólogo Jessé de Souza no livro a ralé brasileira: quem é e como vive? O autor faz estudo empírico e teoricamente, estudou uma classe que nunca havia sido adequadamente percebida pelo nosso debate político. Os problemas estruturais da "ralé" são esquecidos por uma discurssão fragmentada na qual essa "classe" aparece pelas suas pontas do "iceberg", como "indivdíuos" carrentes ou perigosos, dignas de pena ou de ódio. O autor chama de "economia emocional" o sucesso na escola, disciplina, autocontrole, pensamento propositivo e capacidade de concentração. Sem essa "economia emocional" peculiar, não há apropriação de capital cultural possível, chamado de capital cultural. Então não é a falta de escola que condenavam a ralé do fracasso escolar, mas a falta de certas "disposições de classe" como a "falta de capacidade de concentração". Ao conviver com familias desses jovens, vimos que os pais nunca liam um jornal ou revista e sempre brincavam com os filhos com carinho de mão de pedreiro e coisa semelhante. Como todos nós nos formamos, como pessoas "afetivamente" pela imitação de quem e daquilo que amamos, o que o pai ensina ao filho era o destino de serem trabalhadores manuais sem qualificação. Dizer que estudar é coisa importante, o testemunho serve sem exemplo prático dos bons efeitos da escola? A partir dessa herança tão desigual de disposições e capacidades, uma classe já "chega vencedora" na escola, enquanto outra chega predestinada ao "fracasso". O que isso tem a ver com "mérito individual"?

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Estudar para exame final 2010: Sociologia

- Globalização: mundialização financeira e comércio entre nações, - Neoliberalismo: reformas econômicas – implantadas em diversos países capitalistas centrais e periféricos: limitação das despesas do estado, estimulando o fim de todos os subsídios à agricultura ou indústria; - liberação do mercado financeiro, do comércio, investimentos estrangeiros; privatização das despesas estatais, patentes, reformas tributárias e trabalhistas. -Desemprego estrutural: automação a robótica com a diminuição do emprego, muda a estrutura; - Projeto: Tema, justificativa, objetivo geral, objetivo especifico, método, cronograma e bibliografia. -Preconceito, discriminação, racismo, xenofobia e homofobia; -Clássicos da Sociologia: Karl Marx, Max Weber e Émile Durkheim -Método: Dialética – crítica, Positivismo – generalização e sentido; -Clássicos da Sociologia Brasileira: Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, Fernando de Azevedo; -Alienação: Social, econômicas e intelectual. -Ideologia: idéia dominante como ponto de vista de todos, exemplo: não trabalha quem não quer ou nova classe média. -Cidadania: Souza participar, cobrar, propor e pressionar, Saviani direito e dever consciência -Política isonomia (igualdade perante a lei) isegoria ( direito expor)

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Greve do Transporte Coletivo!‏

Em assembléia hoje pela manhã, o sindicato dos empregados das empresas permissionárias do transporte coletivo urbano de Blumenau (sindetranscol) fez uma proposta a sua categoria, a qual foi aceita. Demonstrando sua preocupação com a população o sindicato propôs que a categoria volte ao trabalho com 100% da frota em funcionamento desde que seja com a catraca livre, uma forma de continuar a greve sem prejudicar a população, mas a proposta não foi aceita pelas empresas, no entanto estas mesmas empresas vêm a público expressar sua preocupação com os usuários, mas diante deste comportamento da para concluir que a preocupação não é com os usuários e sim com o lucro perdido com a paralisação dos ônibus (atualmente 118.000 mil pessoas usam o transporte coletivo em Blumenau em dias úteis o que multiplicado pelo valor de 2 passagens diárias R$ 5,10 terá um total diário de 601,800 mil reais). O sindicato vem tendo êxito em suas lutas e isso é ruim para as empresas e para o poder público de nosso município, pois é muito mais fácil manter a população “alienada” quando não se tem ninguém reivindicando, os sindicatos de Blumenau se tornaram uma pedra no sapato dos donos de empresas e do nosso prefeito que está fazendo o que bem entende com o município(privatização do esgoto, privatização do transporte público, terceirização da merenda escolar, expulsão dos vendedores ambulantes da área central da cidade, tratando as famílias que continuam em abrigos como um ciclo encerrado, etc.), onde vamos parar desta forma? Este é o projeto para Blumenau 2050? Assistindo as sessões na Câmara de Vereadores de Blumenau, escuto alguns Vereadores que foram eleitos pelo povo para defender seus direitos, dizendo que se deve acabar com os Sindicatos. Pergunto-me quem irá mobilizar o povo diante das barbaridades que estão sendo impostas nesta cidade? Com certeza não serão os Vereadores da base do governo, que estão se beneficiando ao seguirem as orientações provenientes do gabinete do Prefeito. E está claro que a intenção do poder público e das empresas do transporte é enfraquecer o sindicato, o qual está batalhando por melhorias nas condições de trabalho de sua base e para melhorar a qualidade do transporte público de nossa cidade beneficiando toda a população. Estela G. Zeferino.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Intolerância Religiosa

Intolerância Religiosa: o Exu, a Professora e o Tabu

http://blogln.ning.com/profiles/blogs/intolerancia-religiosa-o-exu-a

Por que Jesus pode entrar na escola e Exu não pode?

Este é um artigo de Stela Guedes Caputo

No dia 27 de outubro de 2009, um jornal carioca destacou o caso da professora Maria Cristina Marques proibida de dar aulas em uma escola municipal, no Rio, porque utilizava o livro “Lendas de Exu”. A professora é umbandista e a diretora dessa escola é evangélica. Maria Cristina relatou diversas humilhações, desde ser acusada por mães de alunos de fazer “apologia ao Diabo” à colocação de um provérbio bíblico na sala dos professores chamando-a de mentirosa. Ao lerem a notícia deste caso, certamente muitos sentiram na pele as humilhações sofridas por Maria Cristina. Isso porque é muito comum que professores e professoras, alunos e alunas praticantes de candomblé ou umbanda sejam discriminados nas escolas.

A questão é complexa e podemos fazer muitas perguntas a respeito, mas farei aqui apenas uma: por que Jesus pode entrar na escola e Exu não pode? Por que um Jesus louro, coberto por uma túnica branca, pode estar em um dos livros da coleção para o Ensino Religioso católico, destinada à rede pública e lançada em 2007 pela Cúria Diocesana? A resposta que tenho não agrada. Exu não entra na escola porque este país é racista e, por isso, o racismo está presente na escola. Também acredito que atravessamos uma fase de avanço significativo dos setores conservadores na educação pública. A manutenção da oferta do ensino religioso na Constituição de 88, a aprovação deste como confessional no Rio, o lançamento dos livros didáticos católicos em 2007, a Concordata Brasil-Vaticano aprovada pelo Senado em outubro deste ano. Tudo parece fragmentado, mas não é. Trata-se de vitórias lentas e sigilosas que ampliam, reforçam e legitimam as circunstâncias necessárias para que a discriminação sofrida por Maria Cristina continue sendo uma prática bastante comum em nossas escolas públicas.

A Mãe-de-santo e escritora Beata de Yemanjá, acredita que a discriminação de sua religião acontece porque “pensam que o Brasil é uma coisa só. Por isso nos discriminam e a nossas religiões. Isso é racismo”, diz ela. O pesquisador Antônio Sérgio Guimarães concorda e defende em diversos livros que qualquer estudo sobre racismo em nosso país deve começar por notar que, aqui, o racismo foi, até recentemente, um tabu e que os brasileiros se imaginam numa democracia racial, fonte de orgulho nacional que serve como prova de nosso status de povo civilizado. Para este autor, essa pretensão a um anti-racismo institucional e as regras de pertença nacional suprimiram referências a sentimentos étnicos, raciais e comunitários, contribuindo para a nação brasileira imaginada numa conformidade cultural em termos de religião, raça, etnicidade e língua. É por isso que este autor, entre outros, acha que o racismo brasileiro é do tipo heterofóbico, ou seja, um racismo que é a negação absoluta das diferenças, que pressupõe uma avaliação negativa de toda diferença, implicando um ideal (explícito ou não) de homogeneidade (ou uma coisa só, como diz Beata).

Quando a diretora de uma escola proíbe um livro de lendas africanas ela quer apagar a diversidade presente na sociedade e na escola, quer silenciar culturas não hegemônicas, como as afro-descendentes. Mas como, se a professora discriminada é branca? A professora é branca, mas Exu é negro. Um poderoso e imenso orixá negro. É o orixá mais próximo dos seres humanos porque representa a vontade, o desejo, a sexualidade, a dúvida. Por que esses sentimentos não são bem-vindos na escola? Por que a igreja católica tratou de associá-lo ao mal e ao Diabo (ao seu Diabo) e muitas escolas incorporam essa lógica conservadora, moralista, hipócrita e racista. Exu, no livro proibido, afirma que este país tem negros com diferentes culturas que se entendidas como modos de vida, podem incluir diferentes modos de ver, crer, sentir, entender e explicar a vida. Isso não pode, porque na escola só entra o Jesus lourinho dos livros didáticos católicos (esses são bem-vindos). Positivo foi que muitos professores e professoras se manifestaram contra o ocorrido. Além disso, a Secretaria Municipal de Macaé publicou nota criticando a discriminação e apoiando a professora, o que evidencia, da mesma forma, que a escola não é “uma coisa só”. Por isso, é nas suas tensões cotidianas que devemos fazer, também cotidianamente, a luta contra o racismo de todo tipo, inclusive este, disfarçado de intolerância religiosa.

Para encerrar podemos fazer novas perguntas: a professora silenciada lecionava literatura. Digamos que ensinasse História da África, como ensinar essa disciplina tornada obrigatória? Amputando suas culturas, entre elas, o candomblé e seu riquíssimo panteão de orixás? Alguém questiona quando a disciplina de História fala do catolicismo? Da reforma protestante? Esses conteúdos fazem parte do ensino regular de História (por isso, entre outras coisas, o Ensino Religioso não é necessário). As culturas com suas religiões também fazem parte do ensino de História da África. Como é que vai ser? Pais e professores arrancarão as páginas desses livros? Ou eles já serão confeccionados mutilados pelo racismo? Respondo com a saudação ao orixá excluído da escola (só podia ser ele a armar tudo isso): Laro oyê Exu! Para que ele traga mais confusão e com ela, o movimento, a comunicação e a transformação onde reina.

http://meujazz.wordpress.com/2010/01/24/por-que-jesus-pode-entrar-na-escola-e-exu-nao-pode/

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Democracia

Muitos dos objetos de reflexão teórica e de investigação empírica das ciências sociais sofrem, é claro, as injunções das circunstâncias históricas em que emergem, como temas preferenciais da pauta acadêmica. A democracia – "essa velha senhora", como a chamou Bobbio – não tem sido exceção, na Ciência Política que se pratica entre nós.

É certo que a história nunca a deixou em paz. Na condição de democracia liberal ou democracia representativa, que chegou com o Estado constitucional do XIX, sofreu a crítica das palavras e das armas, por parte do comunismo e especialmente do nazi-fascismo, na primeira metade do XX. No segundo pós-guerra, quando parecia triunfante, talvez definitiva, sofreu novos achaques quando um arquipélago de regimes autoritários aflorou na Europa e na América Latina, nos anos sessenta e setenta.

Quase concomitantemente, os arranjos institucionais do chamado corporativismo societal, que haviam viabilizado direitos sociais em larga escala no auge do período fordisto-keynesiano, foram postos em questão pela crise fiscal do Welfare State. As políticas de "ajuste estrutural" que se seguiram, no capitalismo central, não apenas questionaram direitos, mas valeram-se de instrumentos institucionais de caráter francamente autoritário. Do mesmo modo, na periferia capitalista, nas décadas de 1980 e 1990, a institucionalização de uma ordem democrática após as "transições desde regimes autoritários" patinou em meio às dívidas externas e à corrosão inflacionária (resultantes da crise do modelo desenvolvimentista) em muitos países. A dependência que então se estabeleceu desses países para com os organismos multilaterais de financiamento redundou também em desregulamentação de direitos e novos instrumentos autoritários de gestão.

Com tantas idas e vindas na ossatura das democracias mundo afora, não é de admirar que a literatura especializada, mesmo considerando-se as obras mais influentes, tenha sido marcada pelas injunções conjunturais.

É verdade que Robert Dahl demonstrou, em seu Poliarquia (DAHL, 1971), que ao longo do século XX aumentou o número de países democráticos, apesar do desenvolvimento desigual dos eixos da institucionalização e da participação. Mas é bom lembrar que a assertiva refere-se a um conceito "mínimo" de democracia, estritamente político. Quando agregamos a dimensão econômico-social do problema, fica difícil pensar no século XX como o "século dos direitos sociais", em seqüência ao XVIII dos direitos civis e ao XIX dos políticos, conforme a célebre generalização de T. H. Marshall em seu Cidadania, classe social e status (MARSHALL, 1967). Essa incompletude no desenvolvimento da cidadania (se é que o termo "incompletude" faz algum sentido) certamente jogou muita água fria nas expectativas mais otimistas sobre o enraizamento e o aprofundamento da democracia.

É claro que em um cenário assim não poderiam faltar, na literatura do último quartel do século XX, questionamentos à eficácia do regime democrático em processar demandas sociais e à sua capacidade de dar-lhes respostas efetivas sem "sobrecarregar" o sistema e sem gerar "paralisia decisória" ou, pior ainda, "ingovernabilidade". Samuel Huntington foi peremptório a respeito, em The Crisis of Democracy (CROZIER, HUNTINGTON & WATANUKI, 1975): democracia boa é democracia bem comportada. Para ele, a estabilidade e a longevidade dos regimes democráticos dependeria da prevalência de certa dose de "apatia política" da sociedade. Na América Latina, inclusive no Brasil, a mobilização "excessiva" dos setores populares, como se sabe, foi um dos elementos do caldo de cultura que gerou os golpes autoritários.

É assim que a literatura sobre transição de regime viu-se obrigada a levar em conta essa dimensão societal dos conflitos da transição. Isso ocorreu no paradigmático Transições do regime autoritário (O'DONNELL & SCHMITTER, 1988), lançada nos anos 1980, embora o modelo "transição-consolidação" democráticas tenha induzido uma preocupação predominantemente institucional. O que importava naquele momento, dadas as injunções conjunturais, era descrever a dinâmica dos processos de desmontagem paulatina e substituição gradual das engrenagens dos regimes de exceção e estabelecer qual o ponto a partir do que seria possível falar em restabelecimento da "normalidade" do regime democrático. Nesse sentido, mesmo quando a dimensão social e econômica era levada em conta, o que importava era definir o grau de permeabilidade do sistema político às demandas societais e sua capacidade de processamento.

Mas, é claro, nem só de instituições é feita a democracia. E como a Coruja de Minerva só levanta vôo ao anoitecer, parece que estamos chegando a um momento em que o distanciamento desses processos de transição de regime, bem como a diversificação temática da produção em Ciência Política no Brasil, têm permitido um tratamento multifacetado do fenômeno democrático.

Hoje talvez tenhamos mais ouvidos para ouvir quando Fábio Wanderley Reis lembra-nos que, embora possamos utilizar concepções "minimalistas" de democracia em nossos experimentos intelectuais, "se houver grande desigualdade social, como a que existe no Brasil, por exemplo, isso naturalmente vai significar que diferentes indivíduos estarão controlando quantidades muito desiguais de recursos na esfera privada, e que haverá, portanto, um desequilíbrio privado de poder que tornará problemático o exercício efetivo dos direitos políticos e civis" (REIS, 2003, p. 12).

Súmula desse despertar para as múltiplas facetas da questão, Democracia: teoria e prática, organizado por Renato Perissinotto e Mário Fuks, a partir de um seminário realizado na Universidade Federal do Paraná, não tem o mérito único de atentar para aspectos econômicos e sociais, além dos político-institucionais. Talvez a comunicação mais representativa dos esforços contidos no livro seja a de Renato Lessa, ao apontar a necessidade de resgatar a invenção intelectual caudatária da tradição da Filosofia Política, como complemento indispensável à investigação empírica acerca da democracia. Afinal, "a história da Ciência Política é em grande medida uma história de tentativas de elucidação de fatos e artefatos postos no mundo por teorias. Esse é o ponto que eu acho mais interessante: fatos e artefatos institucionais que decorrem de invenções intelectuais. Não há razões históricas, teóricas ou filosóficas capazes de sustentar a separação da dimensão empírica com relação à dimensão filosófica, normativa e especulativa da teoria política. Se nós pensarmos um pouco sobre a história dos nossos objetos, essa história vai revelar que eles decorrem em grande medida de invenções" (LESSA, 2003, p. 40; grifos no original).

É assim, de fato, que os esforços desdobram-se ao longo do volume: democracia como invenção cultural, como invenção institucional, como invenção de modos de vida.

O próprio capítulo dedicado ao problema institucional, centrado no caso do sistema partidário, é prenhe dessa perspectiva geral. Fernando Limonge sublinha o fato de que a engenharia de reformas institucionais proposta por uma certa vertente da Ciência Política brasileira após o declínio da literatura sobre "transição" e "consolidação" ancora-se, de modo inconfesso, justamente na concepção segundo a qual é preciso forjar instituições que moderem o "excesso de demandas" para garantir a "governabilidade". "O ponto de apoio das propostas de engenharia institucional é o de que os interesses e os valores das massas que ingressam em um sistema político em democratização conspiram contra a manutenção dessa mesma ordem. As demandas das massas não podem ser atendidas. A condição para a preservação da ordem democrática é a moderação dessas demandas. Para isso, segundo essa visão, cabe desenhar as instituições adequadas, instituições capazes de neutralizar e moderar a pressão das massas" (LIMONGE, 2003, p. 65). O autor faz a crítica dessa literatura conservadora, desnudando as "invenções intelectuais" que estão na raiz dos "artefatos institucionais" propostos pelos engenheiros.

Complementarmente, o eixo da intervenção de Evelina Dagnino (2003) está posto na constituição de espaços públicos de participação social nos processos de tomada de decisão políticos, tanto os destinados a colocar em pauta novos temas à discussão pública quanto os destinados a constituírem-se em canais institucionais de absorção e processamento de demandas. Na fala de Dagnino os movimentos não são observados apenas em sua faceta disruptiva com relação à ordem autoritária, mas como construtores de espaços novos de participação política. O que se destaca é justamente o fato de que a incorporação da participação social em contextos democráticos pode redundar em invenção institucional – invenção que deve ser acompanhada do apoio oferecido pela "crença em sua legitimidade", para usar a expressão weberiana. Nas palavras de Marcello Baquero, "os dilemas atuais do Brasil, no campo da consolidação plena da cidadania, não podem ser resolvidos única e exclusivamente pela institucionalização de procedimentos chamados democráticos, mas também por um processo que proporcione a construção de uma base normativa de apoio e valorização dessas instituições" (BAQUERO, 2003, p. 134).

Não há aqui espaço para um comentário circunstanciado acerca da perspectiva de cada uma das intervenções reunidas no livro. Penso que o raciocínio acima vale para a discussão sobre implementação de políticas sociais (de Marta Arretche), sobre problemas urbanos (de Luiz Ribeiro e Orlando Santos Jr.) e para os estudos de caso sobre conselhos gestores de políticas públicas, no Paraná (de Renato Perissinoto e de Mário Fuks) e em Porto Alegre (de Soraya Côrtes).

Mesmo contando com contribuições de acadêmicos de formações amplamente variadas, a convergência básica da coletânea está no desapego dos autores a modelos pré-estabelecidos e na ousadia do pensamento.

O livro é, em suma, um belo retrato do refinamento a que pode chegar a Ciência Política no tratamento do fenômeno democrático, seja ontologicamente – ao destacar em conjunto suas dimensões político-institucional, social, cultural etc. –, seja heuristicamente – ao assinalar a importância vital da convergência entre os instrumentos de investigação empírica e a invenção filosófica.

Fonte:

RODRIGUES, Alberto Tosi, A democracia como invenção política

Revista de Sociologia e Política

Print version ISSN 0104-4478

Rev. Sociol. Polit. no.22 Curitiba June 2004.

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-44782004000100015&script=sci_arttext

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Professor Trabalhador Mercadoria

“Qual é o papel da escola¿”
Osni Valfredo Wagner Professor de Sociologia Rede estadual A mercantilização do profissional da educação pública é uma máxima que está emergindo das regulamentações estatais, o que já acontece na metrópole, como em São Paulo onde a avaliação de desempenho substitui o modelo tradicional de Escola Pública por algo que se quer que seja melhor. Supondo que o que é Estatal consiste problema, busca-se um modelo privatizante, como se fossem modelos que deram certo em outros países. Primeiro que as realidades são diferentes depois que modelos. Metodológica em utilizar conceitos aparentemente inovadores, o que se quer é transformar o professor em mercadoria. Criar um sistema a partir de utopias liberais que se baseia em avaliações de desempenho que são feita por alunos, pais e pedagógico, os alunos e os pais querem passar de ano, o pedagógico mede pelo político. Falta nestes três pelo menos no primeiro experiência e conhecimento para avaliar o professor, o segundo contato com a escola, pois na maioria dos casos os pais não participam da vida da escola e em terceiro depende de seguir os interesses de partido do poder. Além dessa questão da avaliação de desempenho tornar o professor como mercadoria, não se está observando que o ato de ensinar e aprender necessita da autonomia no desempenho da disciplina tanto disciplinar, transdiscipliar ou interdisciplinar. A gestão democrática ainda jovem quer acabar, sobrando o que nessa falsa meritocracia¿ O mais nefasto é que se tira a autonomia do professor em sala de aula e se institucionaliza uma ditadura. Como se o problema de ensinar fosse apenas do professor. O aluno tem o papel de estudar, os pais de educar e o professor de formar cidadão. Como poderia ser uma avaliação do desempenho¿ a partir do Projeto Político Pedagógico avaliando o desempenho do professor assiduidade, comprometimento, relacionamento, com critérios científicos de validação, quantificação, comprovação. A Escola reproduzir o que a grande mídia supostamente produz uma mordaça na autonomia de se observar conhecimento oculto, legitimando a hegemonia do mercado e para isso precisa do professor mercadoria, para que o aluno saia cada vez mais mercantilizado da Escola e não com interpretações sobre a cidadania. Qual é o papel da escola¿ A arte de aprender e ensinar está por um fio para se transformar em uma coisa tecnicista ao ponto das pessoas não mais pensarem, mas somente fazerem ações mecanicamente. Tirar a competência da avaliação do Professor é lhe tirar toda a autonomia em sala de aula é rasgar seu diploma e toda a experiência que obteve em toda sua vida profissional. Estão institucionalizando um tecnicismo a partir do fim do cientificismo.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Tema da aula sobre conhecimento oculto (interpretação de texto )

A ação hoje observada tanto corresponde a encadeamentos de amplas e diferentes práticas como a fatos isolados cultural e politicamente relevantes, já que significam a emergência de formas transformadas de manifestação social. A vitalidade das sociedades latinoamericanas manifesta-se, assim, numa pluralidade de frentes de mobilização, com rápida possibilidade de serem reproduzidas através da base técnica da vida coletiva: as atuais formas de comunicação e informação. Desta maneira, o acompanhamento analítico da ação apresenta desafios de método que não podem ser respondidos, totalmente, através de um debate teórico-conceitual dirigido à gênese estrutural da ação, conforme referido acima, ou com apoio, somente, em questões políticas abrangentes http://conceitosprovocacoes.blogspot.com/2010/11/ana-clara-torres-ribeiro-alice-lourenco.html 9/11/2010 - 14h13 MEC aguarda aval da Justiça para divulgar gabarito do Enem Publicidade LARISSA GUIMARÃES DE BRASÍLIA O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira que vai aguardar o aval da Justiça Federal do Ceará para divulgar às 18h o gabarito das provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). "A juíza deverá se posicionar até o fim da tarde", afirmou Haddad, após uma reunião na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Por contas dos problemas da aplicação do Enem, no último fim de semana, a Justiça Federal do Ceará determinou na segunda-feira a suspensão do exame em todo país, acatando um pedido de liminar (decisão provisória) feito pelo Ministério Público Federal. A DPU (Defensoria Pública da União) recomendou ao MEC a anulação do primeiro dia de provas. No sábado, primeiro dia de prova, parte dos exemplares saiu com folhas repetidas ou erradas. Nem todos os alunos conseguiram trocar a prova de imediato. Já no cabeçalho da folha de respostas recebida por todos os alunos, o espaço para o gabarito das questões de ciências da natureza estava incorretamente identificado como ciências humanas. O ministro confirmou que irá ao Senado na próxima semana para falar sobre o Enem. Ele voltou a dizer que não há necessidade de aplicar a prova de sábado para todos os 3,4 milhões de estudantes. Para Haddad, o sistema do Enem permite que apenas os alunos prejudicados façam uma nova prova, com o mesmo nível de dificuldade da anterior. OAB O presidente da OAB, Ophir Cavalcante, afirmou que a maior preocupação agora é que seja mantido o princípio da igualdade no processo. Após receber o ministro, Cavalcante disse que uma comissão da OAB irá analisar informações do Ministério da Educação sobre como funciona o sistema do Enem. "Uma prova tradicional jamais permitiria esse tipo de solução [reaplicar um novo exame para apenas parte dos estudantes]. Este modelo do Enem talvez permita, é o que vamos verificar", disse. "Seria precipitado pedir a anulação da prova agora", completou. O presidente da OAB afirmou que ninguém fará "apologia ao caos" se for possível a reaplicação da prova apenas para os alunos prejudicados, desde que o exame tenha o mesmo grau de dificuldade do anterior. Cavalcante disse que o MEC está agindo com transparência no caso, mas criticou as falhas no exame. "Há de haver mais rigor, maior controle das provas", disse. "Os fiscais precisam ser mais bem preparados", complementou. http://www1.folha.uol.com.br/saber/827837-mec-aguarda-aval-da-justica-para-divulgar-gabarito-do-enem.shtml 09/11/2010 - 10h22 Preços dos alimentos disparam e puxam inflação em 2010, aponta IBGE Publicidade PEDRO SOARES DO RIO Pressionados pelo clima e a consequente alta das commodities, os alimentos ditaram os rumos da inflação em 2010. A alta acumulada de 6,59% de janeiro a outubro representou um impacto de mais de um terço (34%) no IPCA do ano (4,38%), com contribuição de 1,48 ponto percentual. "Os alimentos determinaram praticamente sozinhos o desenho, o perfil, da inflação em 2010", disse Eulina Nunes dos Santos. Em outubro, os alimentos subiram 1,89%, a maior taxa para tal mês do ano desde 2002 e também a mais alta desde junho de 2008. Após três meses de deflação, entre junho e agosto, o grupo alimentação voltou a ficar pressionado a partir de setembro com a nova rodada de alta das commodities especialmente do trigo, milho e soja. "Neste ano, houve um problema de seca em escala mundial, que elevou os preços das comoodities", disse Nunes dos Santos. Tamanha foi a alta dos grãos que ela foi suficiente para anular o efeito benéfico do câmbio, que ficou restrito apenas a alguns itens, como os produtos de limpeza (alta de 1,09% no ano, abaixo do IPCA acumulado de 4,38%). Ainda por conta do clima e da quebra de safra em países produtores como a Rússia, a farinha de trigo e seus derivados também pressionaram o grupo alimentação em outubro. A farinha subiu 5,23%. O macarrão teve alta de 2%. Já no caso do feijão, que acumula alta de 109,78% no ano e subiu 31,42% em outubro, a safra menor é responsável pelos reajustes. Segundo Nunes, a demanda aquecida também proporcionou repasses mais intensos dos aumentos das commodities, cuja alta também elevou os preços de rações e indiretamente das carnes. No acumulado do ano, as carnes foram os itens de maior pressão (alta de 14,56% e contribuição de 0,32 ponto percentual para o IPCA), ao lado dos colégios e do empregado doméstico --ambos também com peso de 0,32 ponto percentual no IPCA do ano. Em outubro, as carnes subiram 3,48% e também lideraram o impacto no IPCA --0,08 ponto percentual. "A renda aumentou e no mundo, inclusive no Brasil, as pessoas estão comendo mais carne. O país aumentou a exportação e a oferta interna está mais estreita", disse Nunes dos Santos. http://www1.folha.uol.com.br/mercado/827720-precos-dos-alimentos-disparam-e-puxam-inflacao-em-2010-aponta-ibge.shtml 09/11/2010 - 13h52 Prejuízo com "vendas" de benefícios no Rio chega a R$ 7 mi por mês Publicidade HUDSON CORRÊA DO RIO A Polícia Federal prendeu na manhã desta terça-feira no Estado do Rio de Janeiro 31 pessoas, incluindo 15 funcionários da Previdência Social, acusadas de receber propina em troca de facilitar concessão de benefícios como aposentadoria, auxílio-doença, pensões e até o Loas (a ajuda de um salário mínimo mensal a idosos e deficientes com renda familiar per capita inferior a R$ 128). A Previdência Social no Rio informou que foram cerca de 1.050 benefícios fraudados que devem passar por auditoria. Eles representavam pagamento mensal de cerca de R$ 2 milhões, diz a PF. A Procuradoria da República divulgou que o rombo aos cofres da Previdência pode chegar a R$ 7 milhões, incluindo outro tipo fraude que não foi o principal foco da PF, como uso de empresas de fachada para simular vínculos empregatícios e obter benefícios. A investigação da PF continuam. As fraudes ocorreram nas agências da Previdência em Niterói, Itaboraí, Teresópolis e na capital, em Copacabana e Cosme Velho. Dos 15 funcionários presos, seis já tinham sido presos sob suspeita de fraude, mas permaneceram no órgão. "Se a Previdência Social fosse uma empresa privada, já teria sua falência reconhecida", afirmou o procurador da República Carlos Alberto Aguiar que denunciou 45 envolvidos à Justiça Federal por suspeita de corrupção e formação de quadrilha. No total, foram 33 mandados de prisão (31 já cumpridos, segundo a PF), e 81 ações de buscas e apreensões. Segundo o delegado da PF Fernando Cesar, responsável pela investigação, em dois anos a quadrilha cobrou cerca de R$ 5 milhões em propina para atuar na concessão de benefícios da Previdência. Grande parte das pessoas, segundo a PF, tinha direito ao benefício, mas, desinformada, recorria a escritórios de advocacia e despachantes, os quais mantinham contato com servidores supostamente corruptos. Esses últimos, em troca de propina, montavam processos de aposentadorias, pensões e auxílio-doença, diz a PF. "Criavam dificuldades [na concessão do benefício] para depois vender facilidades. Usavam a Previdência como balcão de negócios", afirmou o delegado. Entre os acusados estão dois médicos da Previdência, um deles foi preso. A PF não divulgou nomes. "O médico assegurava doença sem a presença do segurado [no consultório]", disse o procurador. Ele citou o caso de uma pessoa que mora em Londres, Inglaterra, e recebia auxílio-doença de R$ 2.800 por meio de fraude. http://www1.folha.uol.com.br/mercado/827829-prejuizo-com-vendas-de-beneficios-no-rio-chega-a-r-7-mi-por-mes.shtml 09/11/2010 - 11h48 Nova regulação para mídia digital será feita com ou sem consenso, diz Franklin Martins Publicidade ELVIRA LOBATO ANDREZA MATAIS DE BRASÍLIA O ministro Franklin Martins (Comunicação Social) abriu hoje seminário internacional promovido pelo governo para discutir novas regras ao setor de mídia digital (rádio, TV e internet) com uma advertência aos empresários. Segundo ele, "nenhum grupo tem poder de interditar a discussão" sobre um novo marco regulatório e é melhor que o debate se dê num clima de entendimento. "A discussão está na mesa, está na agenda, ela terá de ser feita. Pode ser feita num clima de entendimento ou de enfrentamento", afirmou. Acompanhe a Folha Poder no Twitter Comente reportagens em nossa página no Facebook Num tom professoral, o ministro disse a uma plateia formada por dirigentes de agências reguladoras em vários países, de entidades representantes dos veículos de comunicação e da sociedade civil organizada que, "apesar de momentos de fúrias mesquinhas, a nossa sociedade tem vocação para o entendimento" e, mais de uma vez, pediu que se afaste os "fantasmas" desta discussão. Entidades como ANJ (Associação Nacional de Jornais), Abert (Associação Brasileira de Rádio e Televisão), entre outras, enxergam na proposta do governo de criar novas regras para serem seguidas pelo setor de telecomunicações e radiodifusão uma tentativa de impor censura à liberdade de informação e controlar os meios de comunicação. Em seu pronunciamento, o ministro classificou o temor de "truque", segundo ele, "porque todos sabem que isso não está em jogo", desconsiderando que a Confecom (Conferência Nacional de Comunicação), realizada pelo governo no ano passado, aprovou várias medidas restritivas à liberdade de imprensa que Estados tentam viabilizar por meio da criação de conselhos de comunicação. O ministro afirmou que o país não discute questões como a propriedade de rádios e TVs por parlamentares porque não quer fazer esse debate. "Todos sabemos que os deputados e senadores não podem ter TV, mas todos sabemos que eles têm, através de subterfúgios dos mais variados. Está certo? Evidentemente que não. Por que não se faz nada? Porque a discussão foi evitada." Ele repetiu que o governo Lula prepara um anteprojeto de lei para entregar à presidente eleita, Dilma Rousseff, que será o "ponto de partida" para uma nova política para o setor. Segundo ele, a expectativa é que Dilma encaminhe o texto para consulta pública ou discussão do Congresso quando assumir e trate o assunto como prioritários em seu governo. http://www1.folha.uol.com.br/poder/827762-nova-regulacao-para-midia-digital-sera-feita-com-ou-sem-consenso-diz-franklin-martins.shtml 09/11/2010 - 15h03 Termina rebelião de presos no Maranhão; 18 morreram Publicidade SÍLVIA FREIRE DE SÃO PAULO Após aproximadamente 28 horas, terminou na tarde desta terça-feira a rebelião no complexo penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, Maranhão. No total, 18 presos foram mortos por rivais. Desses, 15 foram assassinados no presídio São Luís, considerado de segurança máxima do Estado. Outras três mortes ocorreram na Penitenciária de Pedrinhas, localizada ao lado do presídio, que sofreu uma tentativa de rebelião, segundo o major Diógenes Azevedo, comandante do batalhão de choque da PM e que participou da negociação. Ao final da rebelião, segundo o major, os cinco reféns que eram mantidos pelos rebelados do presídio foram libertados sem ferimentos. A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão, segundo Azevedo, acatou algumas reivindicações dos presos para encerrar a rebelião. Eles pedem revisão dos processos e transferências para unidades prisionais mais próximas às famílias. Ontem, os presos haviam entregue nove corpos, três deles decapitados --em troca de alimentos. http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/827864-termina-rebeliao-de-presos-no-maranhao-18-morreram.shtml 09/11/2010 - 12h17Corpo de jovem que sumiu após abordagem da PM é enterrado em SP PublicidadeCOLABORAÇÃO PARA A FOLHA O corpo do metalúrgico Edson Edney da Silva, que tinha desaparecido no dia 10 de setembro após uma abordagem da Polícia Militar, foi enterrado por volta de 10h desta terça-feira no cemitério Campo Grande (zona sul de São Paulo). O corpo de Silva tinha sido encontrado carbonizado em um matagal na região de Parelheiros (zona sul de São Paulo) no dia 11 de setembro, logo após o desaparecimento, mas só foi identificado por exame de DNA na última sexta-feira (5). Silva desapareceu junto com um amigo, o segurança Emerson Heida, após abordagem de policiais militares no bairro Socorro, também na zona sul. O corpo de Heida também foi encontrado carbonizado em Parelheiros no dia 23 de outubro e reconhecido dois dias depois, graças a uma tatuagem que o rapaz tinha. Na sexta-feira, a Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo determinou a prisão de quatro policiais suspeitos de terem assassinado os dois homens. De acordo com a corporação, o fato de terem sido encontradas amostras de sangue de Heida no compartimento de transporte de presos do veículo usado pelos PMs foi um elemento que levou à prisão dos policiais. A PM se negou a fornecer o nome dos policiais presos, mas informou que pelo menos um deles já havia brigado com Emerson antes de entrar na corporação. DESAPARECIMENTO No dia em que sumiram, Emerson e Edson haviam saído de casa para deixar um irmão de Emerson, Anderson Heida, em um ponto de ônibus. Anderson contou à polícia que, do ônibus, viu o carro do irmão --um Kadett vermelho-- parado ao lado de um carro da Polícia Militar na avenida Robert Kennedy, no bairro Cidade Dutra, na zona sul. Outras testemunhas também confirmaram à polícia a abordagem policial. Esta foi a última vez que os dois rapazes foram vistos. Quatro dias após o desaparecimento, o carro em que os dois estavam foi encontrado incendiado em um matagal na estrada do Jaceguava, no Jardim Casa Grande, também na zona sul. http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/827776-corpo-de-jovem-que-sumiu-apos-abordagem-da-pm-e-enterrado-em-sp.shtml 09/11/2010 - 14h32 PF investiga suposto vazamento do tema da redação do Enem Publicidade FÁBIO GUIBU DE RECIFE Estudantes de uma escola particular de Petrolina (a 780 km de Recife, PE) teriam tido acesso ao tema da redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) antes da realização da prova. Acompanhe a Folha no Twitter Conheça a página da Folha no Facebook MEC aguarda aval da Justiça para divulgar gabarito O vazamento, segundo o professor de português do colégio Geo, onde eles estudam, Marcos Antonio Freire de Paula, teria sido comunicado por um aluno sobre o caso cerca de uma hora antes do exame. De acordo com ele, esse estudante o procurou para pedir conselhos sobre como desenvolver um texto que abordasse os assuntos "trabalho e escravidão". O trabalho escravo foi o título de um texto de apoio para o tema da redação, "o trabalho na construção da dignidade humana". "Ele chegou dizendo que o tema havia vazado e que sabia que seria esse", afirmou Freire de Paula. "Eu não dei muita importância, mas, como ele perguntou, nós discutimos o assunto." Logo em seguida, disse, outros alunos se aproximaram perguntando a mesma coisa. "Tínhamos vários professores num ponto de apoio do colégio no local da prova, e todos foram atendidos", afirmou. Questionados sobre como teriam tido acesso à informação, os estudantes disseram aos professores que o vazamento ocorreu no Piauí, na cidade de São Raimundo Nonato. "Isso foi a conversa dos alunos: um colega teria avisado outro por telefone e o boato correu." "Quando a prova acabou e o pessoal confirmou o tema da redação, tomei um susto", afirmou Freire de Paula. "Pensei: não pode ser coincidência." A Polícia Federal de Juazeiro (BA), cidade vizinha a Petrolina, investiga o caso. http://www1.folha.uol.com.br/saber/827847-pf-investiga-suposto-vazamento-do-tema-da-redacao-do-enem.shtml 08/11/2010 - 20h25 Juíza nega sigilo na suspensão do Enem; veja íntegra da decisão Publicidade ANDRÉ MONTEIRO DE SÃO PAULO A juíza federal Karla de Almeida Miranda Maia, da 7ª Vara Federal do Ceará, negou pedido do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) para que sua decisão de suspender o Enem fosse mantida em sigilo. Nesta segunda-feira, a magistrada acatou um pedido de liminar (decisão provisória) feito pelo Ministério Público Federal e suspendeu a prova aplicada neste fim de semana para 3,3 milhões de candidatos. A decisão tem efeito para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em todo o país. Em anotação de próprio punho na sentença, Maia afirma que sua decisão "está repousada em fatos públicos e notórios, objeto de ampla divulgação na mídia", e autorizou a publicação da decisão por entender que não se aplicava o "sigilo requerido pela parte de ré" do processo --Inep e consórcio Cespe/Cesgranrio. O Ministério da Educação afirmou que sua consultoria jurídica vai prestar esclarecimentos à juíza para tentar reverter a decisão. O ministro Fernando Haddad disse que o MEC vai argumentar que a metodologia da TRI (Teoria de Resposta ao Item), usada no Enem, permite que os exames tenham o mesmo grau de dificuldade mesmo quando aplicado em ocasiões diferentes. Haddad defendeu que o Enem é "absolutamente sustentável" sob o ponto de vista técnico e disse que não cogita marcar um novo exame. Ele disse que, caso a juíza não reveja a decisão, o governo vai entrar com recurso. http://www1.folha.uol.com.br/saber/827496-juiza-nega-sigilo-na-suspensao-do-enem-veja-integra-da-decisao.shtml 08/11/2010 - 21h23 Lula diz que não é "um ou outro caso" que vai impedir sucesso do Enem Publicidade SIMONE IGLESIAS ENVIADA A MAPUTO Ao chegar nesta segunda-feira a Moçambique, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que os problemas causados na prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) no fim de semana não acabarão com o "sucesso" do sistema de seleção adotado por seu governo. Lula afirmou que muitas pessoas não se conformam com o Enem e querem de todas as formas acabar com ele. Acompanhe a Folha no Twitter Conheça a página da Folha no Facebook Juíza nega sigilo na suspensão do Enem; veja íntegra da decisão Ministro considera baixo o número de prejudicados no Enem "Tem muita gente que quer que afete. Até hoje tem gente que não se conforma com o Enem. Mas, de qualquer forma, ele provou que é extraordinariamente bem sucedido", disse. Lula criticou o jornalista de Pernambuco que tentou demonstrar que a prova tinha deficiências de segurança. "Um jornalista tentou demonstrar que havia uma fraude ou uma fragilidade do sistema. É muito difícil lidar com a seriedade quando você tem pessoas que não agem com seriedade. A polícia Federal está investigando", afirmou. O presidente chamou o ministro Fernando Haddad (Educação) no Palácio da Alvorada domingo à noite, véspera de embarcar para Maputo, para cobrar explicações. Haddad viajaria com o presidente para inaugurar, em Moçambique, uma universidade brasileira criada em cooperação com o país africano. Mas acabou ficando no Brasil para resolver os estragos causados pelo exame no fim de semana. SUSPENSÃO A Justiça Federal do Ceará determinou nesta segunda-feira a suspensão o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), acatando um pedido de liminar (decisão provisória) feito pelo Ministério Público Federal. A decisão tem efeito em todo o Brasil. Cabe recurso. A decisão da juíza federal Karla de Almeida Miranda Maia, da 7ª Vara Federal, se baseou no argumento de que o erro da impressão das provas prejudicou os candidatos. O ministro Fernando Haddad disse que o MEC recebeu um número relativamente pequeno de relatos de problemas no Enem. Segundo ele, o Inep (órgão do ministério responsável pelo exame) ainda investiga o número exato de candidatos prejudicados, mas o número de casos estava abaixo da estimativa inicial de 2.000 estudantes. O ministro disse que a consultoria jurídica do MEC tentaria reverter a decisão. Os advogados vão prestar esclarecimentos sobre a metodologia do Enem, e, caso não convençam a juíza, vão recorrer. O Enem foi aplicado neste fim de semana para 3,3 milhões de estudantes em todo o país. http://www1.folha.uol.com.br/saber/827547-lula-diz-que-nao-e-um-ou-outro-caso-que-vai-impedir-sucesso-do-enem.shtml

domingo, 7 de novembro de 2010

Ana Clara Torres Ribeiro, Alice Lourenço, Laura Maul de Carvalho

A ação hoje observada tanto corresponde a encadeamentos de amplas e diferentes práticas como a fatos isolados cultural e politicamente relevantes, já que significam a emergência de formas transformadas de manifestação social. A vitalidade das sociedades latinoamericanas manifesta-se, assim, numa pluralidade de frentes de mobilização, com rápida possibilidade de serem reproduzidas através da base técnica da vida coletiva: as atuais formas de comunicação e informação. Desta maneira, o acompanhamento analítico da ação apresenta desafios de método que não podem ser respondidos, totalmente, através de um debate teórico-conceitual dirigido à gênese estrutural da ação, conforme referido acima, ou com apoio, somente, em questões políticas abrangentes . como exemplificam os relevantes temas da democracia e da cidadania ou as variadas formas assumidas pela problemática do sujeito. Poderia ser dito que a ação social, ao mesmo tempo em que exige a consideração destes grandes temas, impõe o reconhecimento de outros, propostos por aqueles que fazem concretamente a vida e que (re)costuram, de forma incessante, o tecido social. Para estes, experiência vivida e futuro caminham juntos. Este ensaio encontra-se construído em direção à vida imediata, sem com isto desconhecer referências estruturais abrangentes. Esta opção de método não significa o elogio irresponsável do cotidiano mas, sim, a valorização de contextos, lugares e narrativas. Envolve, ainda, a intenção de contribuir no encontro de formas de representação da vida coletiva que facilitem o enraizamento da questão social. Para tanto, busca-se refletir os elos entre mapas (orientações da ação) e imagens (representações da experiência), trazendo a ação para o aqui e agora, ao mesmo tempo em que reconhece-se que os vínculos entre mapeamentos e representações coletivas exigem a reflexão da experiência histórico-cultural latino-americana. Esta proposta metodológica encontra inspiração em Milton Santos (1994; 1996; 1999), Edgar Morin (1996), Boaventura Santos (1991) e Carlos Fuentes (1994). Mapas e imagens A natureza e a riqueza, aí incluído o volume da população, conduziram com especial força a simbiose entre imagem e mapa acelerada pela modernidade. Medir, contar, precisar, desvendar caminhos e penetrar territórios foram processos que articularam representação e apropriação do mundo e que envolveram religião e poder. A capacidade de medir e avaliar torna-se crescentemente exata, mesmo que na exatidão escondam-se obscuros espíritos e permanentes imprecisões1. Também o valor excepcional da informação rara, aparentemente uma característica do mundo contemporâneo, existiu no segredo dos mapas e nas redes que transmitiam aos centros de poder, ainda no período dos descobrimentos, os segredos das terras desconhecidas e das rotas trilhadas (Bueno, 1988). Por outro lado, imagens e relatos encontraram rapidamente o seu mercado entre aqueles que sonhavam com a aventura não vivida, com as cores e os sabores das terras distantes e com uma fauna exuberante e mística (Bueno, op cit). 1 .Medir montanhas, contudo, é uma tarefa diabolicamente difícil, com espaço de sobra para que se cometam erros. Como explica Louis Baume em Sivalaya, um compêndio de fatos sobre as catorze maiores montanhas do mundo, .o cálculo das altitudes dos picos do Himalaia é um campo de tanta complexidade erudita que nem mesmo anjos munidos de teodolitos e fios de prumo ousariam meter o nariz no assunto.(Krakauer, 1999). Talvez a direção assumida pela busca do desconhecido possa ser encontrada na forma como a natureza foi desvendada, desde os primórdios da modernidade, pela ânsia de riqueza imediata; passando gradualmente a ser compreendida como sendo a própria forma possível da riqueza, ao mesmo tempo em que culturas e seres humanos foram classificados e aprisionados como elementos do surpreendente quadro natural do novo mundo2. A beleza das representações cartográficas do período dos descobrimentos, e dos séculos imediatamente subsequentes, resulta de leituras que buscam recursos e que registram, através de imagens, os entes de um paraíso perdido, por vêzes demonizados por interpretações emanadas, como diz Eduardo Lourenço (2000:8), de uma Europa culpada e vestida. Em suas palavras: .Neste primeiro instante inaugural, os trópicos não eram tristes. A famosa .tristeza dos trópicos. é da decepção de todos os que, desde (...) Colombo até Lévi-Strauss, não reconheceram na realidade do novo mundo a Natureza mítica do primeiro olhar ocidental, aquela que a civilização vestida e pecadora da Europa buscava para se sentir na aurora do mundo, com a sua inocência e a sua imaginária felicidade.. Estas leituras espelhadas, no plano liso das cartas, seduzem e assustam, sendo assim gerado o estranhamento que nos transporta para o vórtice sempre renovado do olhar externo3. Este estranhamento introduz um viés de distanciamento na obrigação, continuamente reproduzida, de sermos analistas de nós mesmos; permitindo recordar, de forma aqui conjunturalmente deslocada, as palavras de Flávio Venturi em .Eu, caçador de mim.: .Por tanto amor, por tanta emoção / a vida me fez assim doce ou atroz, manso ou feroz / eu, caçador de mim / preso a canções, entregue a paixões / que nunca tiveram fim / vou me encontrar longe do meu lugar / eu, caçador de mim.. No caso brasileiro, o frequente retorno de questões do tipo: que país é este? que sociedade é esta? denota a ânsia por um olhar inaugural pleno e não mistificador, cuja possibilidade de instauração encontra-se perdida para sempre.
Fonte;
Por uma cartografia da ação: pequeno ensaio de método * Ana Clara Torres Ribeiro, Alice Lourenço, Laura Maul de Carvalho

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

OS SUIÇOS E SUAS ARMAS

Uma velha anedota suíça reza que o príncipe alemão Wilhelm Hohenzollern certa vez, quando em visita a Suíça, foi convidado a assistir um dos inúmeros treinamentos militares a que os cidadãos desse país são submetidos. A um dado momento perguntou ao comandante do exercício: Quantos homens em armas você possue? Foi-lhe respondido: Um milhão. O príncipe, posteriormente Kaiser da Alemanha, então indagou: O que você faria se cinco milhões de meus soldados cruzassem sua fronteira amanhã? Ao que o comandante suíço replicou: Cada um de meus homens daria cinco tiros e iria para casa! No debate sobre o direito a posse e uso de armas, aqueles favoráveis apontam para a Suíça onde a quase todo adulto do sexo masculino é legalmente permitido a posse de armas de fogo. Uma das poucas nações com taxa per capita de armas mais alta do que os Estados Unidos, a Suíça praticamente não ostenta crimes com armas de fogo. Assim sendo, argumentam os que são a favor, o controle governamental de armas não é necessário. Contudo, os que são contrários , apontam a Suíça como uma das nações desenvolvidas que apresentam controle mais rigoroso sobre armas. Afirmam que todas as armas são registradas e que a compra de armas curtas requer inspeção prévia e uma licença. Crimes com armas de fogo realmente são inexistentes na Suíça, portanto, concluem, é necessário um rigoroso controle sobre as armas. Quem está certo? Como sempre os anti-armas estão errados, mas isso não torna o grupo favorável necessariamente certo. A posse de armas na Suíça desafia as simplificações e os chavões dos debates alhures. UM POUCO DE HISTÓRIA Tal como os EUA, a Suíça ganhou sua independência através de uma guerra revolucionária feita por cidadãos armados. Em 1291, alguns cantões iniciaram uma guerra de libertação nacional contra o império Habsburgo da Áustria. Na lenda, a revolução foi precipitada por Guilherme Tell, embora não hajam provas definitivas sobre sua real existência. Ao longo do século seguinte a milícia suíça libertou a maior parte do pais dos austríacos. Os cidadãos que constituíam a milícia usavam as mais poderosas armas daqueles tempos: espadas e flechas. Para a vitória suíça foi crucial a motivação das suas tropas de voluntários. Desde os primeiros anos da independência os suíços foram obrigados a portar armas. Depois de 1515, a Suíça adotou uma política de neutralidade armada. Pelos quatro séculos seguintes grandes impérios europeus surgiram e cairam, levando consigo muitos países mais fracos. A Rússia e a França chegaram a invadir seu território, e os Habsburgos, e posteriormente o Império Austro-Húngaro, foram uma constante ameaça. Mas a Suíça quase sempre manteve sua independência. A política suíça era "prevenção da guerra através da determinação em se defender". Durante a 1ª Guerra Mundial, tanto a França como a Alemanha consideraram a hipótese de invadir o território suíço para atacar o flanco do outro. Na 2ª Guerra Mundial, Hitler queria as reserva suíças de ouro e precisava de comunicação e trânsito livres pelo país para abastecer as forças do Eixo no Mediterrâneo. Porém, quando os estrategistas militares viram os cidadãos bem armados, a terra montanhosa e as fortificações civis de defesa, a Suíça deixou de ser um alvo atraente para invasões. Enquanto duas guerras mundiais devastavam cidades e países, a Suíça gozava de uma paz segura. Na Suíça, a Confederação Helvética evoluiu para um governo central fraco deixando muita autoridade nas mãos dos cantões ou níveis mais baixos de governo. A tradição de autonomia local ajudou a deixar a Suíça livre das violentas guerras civis entre católicos e protestantes que devastaram a Alemanha, França e Inglaterra. Em 1847/48 os liberais de toda Europa revoltaram-se contra os governos aristocráticos. Eles foram bem sucedidos apenas na Suíça, controlando a nação inteira após um breve conflito chamado de Guerra de Sonderbrund (as baixas foram apenas 128). Os direitos civis foram firmemente garantidos e todos os vestígios de feudalismo banidos. Apesar da esperança dos reformadores alemães, o povo suíço não mandou seus soldados para a Alemanha em 1848 a fim de apoiar a revolução popular. Após a derrota da revolução germânica, a aristocrática Prússia pensou em invadir a Suíça, porém concluiu que a tarefa era impossível. Como um historiador resume: "A Suíça foi criada em meio a batalhas, alcançou sua dimensão atual através de conquistas e, depois disso, defendeu sua existência através da neutralidade armada. A experiência da historia suíça fez a independência nacional e o poder realmente sinônimos de cidadãos armados". O EXÉRCITO DO POVO Atualmente, o serviço militar para os homens suíços é universal. Por volta dos 20 anos de idade, todo o cidadão passa por 118 dias consecutivos de treinamento no "Rekrutenschule." Esse treinamento pode ser o primeiro encontro de um jovem com seus compatriotas que falam diferentes línguas (a Suíça tem 4 línguas oficiais: o alemão, o francês, o italiano e o romanche). Antes mesmo do serviço militar obrigatório começar, rapazes e moças podem ter cursos opcionais com o fuzil de assalto Stgw. 90 (SIG 550) do exército suíço. Eles ficam de posse da arma por 3 meses e recebem 6 sessões de 6 horas de treinamento. Dos 21 aos 32 anos de idade, o cidadão suíço constitue a linha de frente do exército, o "Auszug", e dispende 3 semanas do ano (em 8 dos 12 anos) para continuar o treinamento. Dos 33 aos 42 anos, ele serve no "Landwehr" (que é a Guarda Nacional); a cada poucos anos, ele se apresenta para treinamento de 2 semanas. Finalmente, dos 43 aos 50 anos, ele serve na "Landsturm"; neste período, ele só passa um total de 13 dias em cursos militares . Durante a carreira de soldado, o cidadão também passa por dias de inspeção obrigatória de equipamentos e pratica de tiro ao alvo. Assim, em uma carreira militar obrigatória de 30 anos, o suíço gasta apenas 1 ano no serviço militar direto. Após a baixa do exército regular os homens ficam na reserva até a idade de 50 anos (55 para oficiais). Pela Constituição Federal de 1847, aos membros do serviço militar são dados equipamentos, armas e roupas. Depois do 1º período de treinamento os recrutas devem guardar as armas, a munição e os equipamentos "am ihrem Woh nort" (em suas casas) até o termino do serviço. Hoje em dia aos alistados são distribuídos fuzis automaticos Stgw.90 e, aos oficiais, pistolas. A cada reservista são entregues 24 cartuchos de munição em embrulhos selados para o uso em emergências. (Ao contrario do que dizem os anti-armas, está munição de emergência é a única pela qual o reservista tem de prestar contas). AS ARMAS DO POVO Depois da dispensa militar, ao ex-reservista é dado um fuzil de repetição sem registro ou outras obrigações. A partir de 1994, o governo passou a dar fuzis automáticos aos ex-reservistas também. Os oficiais também recebem suas pistolas ao final do serviço. Quando o exército adota um novo fuzil de infantaria, os velhos são vendidos a população a preços subsidiados. Os reservistas são encorajados a comprar munição militar (7,5 e 5,6mm - 5,56mm nos outros paises - para fuzis, e 9mm e 7,65mm Luger para pistolas) que é vendida a preço de custo pelo governo objetivando a prática do tiro ao alvo. A munição não-militar para armas longas e a munição .22 LR não são subsidiadas, porém não possuem qualquer controle de vendas. As munições não-militares para armas curtas mais poderosas do que o .22LR (como a .38 Spl) são registrada no momento da venda. A munição militar suíça deve ser registrada se comprada em loja particular, mas não precisa de registro se for adquirida num estande militar. Os 3000 estandes oficiais de tiro da Suíça vendem a maioria absoluta de toda munição. Tecnicamente, a munição comprada no estande deve ser consumida no local, mas a lei é muito pouco conhecida e quase nunca observada. O exército vende regularmente uma variedade de metralhadoras, submetralhadoras, armas anti-tanques, canhões antiaéreos, morteiros e canhões. Os compradores dessas armas precisam obter uma licença cantonal, o que é feito facilmente, e as armas precisam ser registradas. Em uma nação de 6 milhões de pessoas, existem pelo menos 2 milhões de armas, incluindo 600.000 fuzis totalmente automáticos, 500.000 pistolas e numerosas metralhadoras. Praticamente em todo lar há uma arma. Além das armas militares subsidiadas, o suíço também pode comprar outras armas facilmente. Enquanto as armas longas não precisam de procedimentos especiais de compra, as armas curtas são vendidas somente para aqueles com um waffener werbsschein (certificado de compra) emitido por uma autoridade do cantão. O certificado é emitido sem problemas para todo requerente maior de 18 anos que não seja criminoso ou deficiente mental. Não existem restrições para o transporte de armas longas. Cerca da metade dos cantões tem rígidos procedimentos para a concessão do porte de armas curtas, e a outra metade simplesmente não tem regulamento algum. Não há diferença perceptível na taxa de criminalidade entre os cantões como conseqüência das diferentes políticas de porte de arma. Graças a uma ação movida por grupos suíços pró-armas, fuzis semi-automáticos não necessitam de permissão de compra e não são registrados pelo governo. Assim, as únicas armas longas registradas são as totalmente automáticas (metralhadoras)(três cantões exigem que os colecionadores que possuam mais de 10 armas automáticas sejam registrados). As vendas de armas de uma pessoa para outra são controladas em 5 cantões e completamente livres em todo o resto. Comerciantes de armas no varejo devem manter registro de suas vendas, mas as transações não são apresentadas ou cobradas pelo governo. Na Suíça, as vendas de armas longas e de carabinas de pequeno calibre não são nem mesmo lembradas pelos negociantes. MOBILIZAÇÃO Se algum dia uma nação teve uma milícia bem preparada, este pais é a Suíça. O economista do século XIX, Adam Smith, achava que a Suíça era o único lugar onde todas as pessoas haviam sido treinadas com sucesso em tarefas militares. Na realidade, a milícia é virtualmente sinônimo de nação. "O suíço não tem um exército: eles são o exército", diz uma publicação do governo. Completamente mobilizado, o exército suíço apresenta 15,2 homens por quilometro quadrado; em contraste, os EUA e a Rússia tem apenas 0,2 soldados por Km2. A Suíça é 76 vezes mais densa em soldados do qualquer outra super potência. Realmente, somente Israel tem mais exército por Km2. A Suíça é também a única nação do ocidente que tem abrigos completamente fornidos de comida e suprimentos para um ano para todos os seus cidadãos em caso de guerra. Os bancos e os supermercados subsidiam em muito esta estocagem. Os bancos também tem planos para deslocar seu ouro para o centro montanhoso da Suíça no caso de invasão. A nação está pronta para se mobilizar rapidamente. Disse um soldado suíço: "se nós começarmos pela manhã, estaremos mobilizados pelo final da tarde. Isso porque a arma está em casa, a munição está em casa. Todos os jovens tem metralhadoras. Eles estão prontos para lutar". Os cidadãos-soldados, em seu caminho para os pontos de mobilização, podem fazer parar os automóveis que estiverem passando e ordenar seu transporte. DEMOCRACIA Desde 1291, quando as assembléias se reuniam em círculos nas praças das vilas, e somente os homens portando espadas podiam votar, as armas tem sido a marca da cidadania suíça. Como um porta voz do Departamento Militar disse," é uma velha tradição suíça que somente um homem armado tem direitos políticos". Essa política é baseada no entendimento de que somente àqueles que assumem a obrigação de manter o pais livre é permitido gozar completamente dos benefícios da liberdade. Em 1977, o movimento INICIATIVA MUNCHENSTEIN propôs permitir aos cidadãos a escolha do trabalho social, ou em hospitais, como alternativa ao serviço militar. A proposição foi rejeitada nas urnas e nas 2 casas do parlamento (o "Bundesversammlung's Nationalrat" e o "Standerat"). Existe previsão legal para objetores de consciência, mas esse grupo é de apenas 0,2% dos convocados. RELACIONAMENTO COM OS VIZINHOS Em 1978, a Suíça recusou-se a ratificar uma decisão do Conselho da Europa sobre controle de armas de fogo. Desde então, a Suíça tem sofrido pressões por parte dos outros governos europeus, que a acusam de ser uma fonte de armas para terroristas. Como resultado, em 1982, o governo central propôs uma lei proibindo estrangeiros de comprar na Suíça armas que eles não poderiam comprar em seus próprios países, e também exigindo que os cidadãos suíços obtivessem uma licença para a compra de qualquer arma, não apenas para as armas curtas. Os ultrajados usuários de armas suíças formaram, então, um grupo chamado Pro Tell em homenagem do herói nacional Guilherme Tell. Em 1983, o Conselho Federal (o gabinete executivo) abandonou a proposta cerceadora porque a oposição era muitoforte, e sugeriu que os cantões regulassem cada um a sua maneira, a questão. Alguns meses antes, o parlamento do cantão de Friburgo já tinha aprovado tal lei com um único voto de vantagem. Um plebiscito popular anulou a lei no ano seguinte, com 60% dos votos. CAUSAS E CONSEQÜÊNCIAS Qualquer que seja o efeito das armas fora da Suíça, eles nem mesmo apresentam os pequenos crimes triviais em qualquer outro pais. Mesmo com todas as armas, a taxa de assassinatos é uma mera fração da americana sendo também menor do que a do Canadá e da Inglaterra (que controla severamente as arma), ou até mesmo do Japão, que praticamente as proíbe. A taxa de crimes com armas de fogo é tão baixa que não há nem mesmo registro estatístico. A taxa de suicídios, entretanto, é quase o dobro da americana. As armas são usadas em cerca de 1/5 de todo os suicídios na Suíça, comparados aos 3/5 nos EUA e ao 1/3 dos suicídios canadenses. Não é o verniz cultural suíço, ou suas leis sobre armas, que explicam essa taxa de crimes. Na verdade é a ênfase na atuação comunitária (onde a posse de uma arma é uma parcela de peso) que explica o baixo índice de criminalidade. No livro Cidades com poucos Crimes (CITIES WITH LITTLE CRIME), o autor Marshall Clinard compara a baixa taxa de crimes na Suíça com a mais alta incidência na Suécia, pais onde o controle de armas é mais severo. Esta comparação é mais surpreendente tendo em vista a densidade populacional mais baixa e a homogeneidade étnica da Suécia. Uma das razões para tão pouca criminalidade, diz Clenard, é que as cidades suíças cresceram relativamente devagar. Muitas famílias vivem por gerações no mesmo lugar. Portanto, grandes cidades heterogêneas com enclaves de favelas nunca surgiram. Orgulhosa por ter o governo central mais fraco do ocidente, a Suíça é governada principalmente pelos seus 3. 095 "Einwohrnergemeinde" (comunas, sub-estados de um cantão). Poucos cantões ainda fazem suas leis pelo tradicional sistema "Labdsgemei", quando todos eleitores qualificados reúnem-se anualmente ao ar livre. Diferente da polícia do resto da Europa, a polícia suíça é descentralizada. Juizes e jurados são eleitos pelo povo. Com menos mobilidade e laços comunitários profundamente desenvolvidos, é natural que existam poucos crimes. A maioria das nações democráticas impõe longos períodos de prisão aos criminosos, mas não a Suíça. Para todos os crimes, exceto assassinatos, o suíço raramente fica mais que um ano na prisão; mesmo sérios delinqüentes tem suas sentenças comutadas. Como no Japão, o foco do sistema está na reintegração do transgressor à sociedade, muito mais que na sua punição. Para os suíços não criminosos, dito é que cada um é seu próprio policial. Visitantes estrangeiros ficam surpresos ao ver os pedestres sempre esperando nos sinais de trânsito mesmo quando não há tráfego. O sistema de transporte público funciona, com sucesso, na base do pagamento voluntário. Clinard deduz que os fortes governos centrais enfraquecem a iniciativa dos cidadãos e a responsabilidade individual. As comunidades, ou Cidades, que desejam se precaver do crime e da violência devem encorajar uma descentralização política maior através do desenvolvimento de pequenas unidades governamentais e do encorajamento da responsabilidade do povo para com a obediência às leis e ao controle da delinqüência. No livro NAÇÕES NÃO POSSUÍDAS PELO CRIME, Fred Adler chega as mesmas Conclusões de Clenard. Ela também receita o sistema de governo comunal no qual as leis são decretadas através do voto popular e a estabilidade residencial. A maioria dos suíços ainda vive em famílias patriarcais tradicionais . De fato, a Suíça tem a mais baixa porcentagem de mães trabalhando em relação a qualquer país europeu. Enquanto no resto do mundo as mulheres estavam lutando por igualdade de direitos, os suíços ainda estavam decidindo se as mulheres poderiam ou não votar (a longa demora na aprovação do sufrágio feminino deve ter algo a ver com a questão dos direitos civis e o serviço militar). As escolas são severas e os adolescentes têm menos liberdade do que na maior parte da Europa. Os estudos mostram que os adolescentes suíços, diferentemente daqueles nos outros países, sentem-se mais próximos de seus pais do que de seus amigos. A comunicação entre as gerações é muito fácil. Entre os fatores que contribuem para a harmonia entre gerações está o serviço militar, que oferece uma oportunidade para todos os grupos masculinos interagirem entre si. Adultos e jovens compartilham muitos esportes, como o esqui e a natação. O tiro ao alvo é outra importante atividade comunal, com prêmios e troféus muitas vezes exibidos em restaurantes e tabernas. Todo ano celebra-se o fim de semana "Feldschiessen", quando mais de 200 mil suíços participam das competições nacionais de tiro ao alvo e são consumidos cerca de 5 milhões de cartuchos. Em Casa, escreve Jonh Mcphee, enquanto o pai limpa o fuzil na mesa da cozinha, seu filho está a observá-lo e a criança , assim, fica familiarizada com a arma. Marshall Clinard explica que, por causa das armas do exército serem guardadas em casa . . . muitas atividades associadas ao cuidado no manejo de armas, prática de tiro ao alvo, ou conversas sobre atividades militares, tornam-se comuns nas famílias. Tudo isso, juntamente com várias outras atividades levadas a cabo na Suíça envolvendo diversas faixas etárias, têm servido para inibir a separação de gerações, alienação, e o crescimento de uma cultura jovem à parte, que tem se tornado, de maneira crescente, uma característica de muitos outros países desenvolvidos,. Embora estes fatores representam somente uma parte do jeito suíço de ser, eles são uma parcela de peso para a baixa taxa de criminalidade e a propensão ao crime. CONCLUSÕES Uma análise da legislação de armas suíça mostra como é frágil a argumentação dos anti-armas de que elas são por si só maléficas (o mal materializado). Mostra, também, que o raciocínio simplista "mais armas significam mais crime", tão a gosto de nossos políticos, não é válido. O oposto também não é verdadeiro. - Será que se o exército começasse a vender canhões e metralhadoras a preços subsidiados ao povo haveria um declínio da criminalidade em nosso país? Certamente não nos primeiros trinta anos. A Suíça nos mostra apenas que não há relação entre criminalidade e a presença de armas na sociedade. Mostra que mais importante que o número de armas é seu contexto cultural. Na Suíça, as armas são um importante elemento de coesão de uma estrutura social que apresenta baixa taxa de criminalidade. Nota-se, claramente que, o controle dos indivíduos é mais eficiente e mais importante que o controle do Estado. Para nós, entusiastas de armaria, o sistema suíço parece ser o paraíso. Mas é preciso observar a sociedade como um todo. Na Suíça, ter uma arma em casa não é uma questão de opção individual. É uma obrigação imposta pelo governo e uma exigência da sociedade. Em que outro pais uma imposição deste tipo seria aceita pelos cidadãos? O que o mundo tem a aprender com a Suíça é que a melhor maneira de se reduzir o mau uso das armas é promover o seu uso com responsabilidade. FIM Traduzido e adaptado da revista American Rifleman de fevereiro de 1990 por autorização da National Rifle Association dos EUA. O SOLDATENBUSCH(Livro do soldado) Cada cidadão que entra para o exército suíço recebe um exemplar do Soldatenbusch. Lá estão os rudimentos das táticas e técnicas militares, instruções sobre como se proteger das guerras nuclear, química e bacteriológica, assim como técnicas de ocultamento e construção de abrigos. Mas o Soldatenbusch não é apenas um manual militar. Trata-se de algo mais profundo que podemos definir como um "Manual do Cidadão". Lá, ao lado de uma sinopse da história do país, o soldado encontrará capítulos mostrando a importância da democracia, a importância da participação do soldado nos plebiscitos comunais, e a importância de sua arma na defesa desses valores. Folheando o Soldatenbusch percebe-se que os princípios democráticos estão firmemente arraigados na população. Num país onde o povo é armado não pode haver outra forma de governo que não seja democrático. Entende-se porque as instituições funcionam e porque existe respeito entre os cidadãos. A outra opção é o banho de sangue.
Ref. http://www.armaria.com.br/suicos.htm

domingo, 17 de outubro de 2010

O que é ser popular¿

Governo de merda, mas, porém nosso! (Salvador Allende) Parece uma palavra de guerra do socialismo chileno, o governo Allende que foi deposto em 1973 por ser um governo popular a partir do conhecimento tradicional do povo chileno. O que podemos pensar no Brasil como semelhante ao chileno, tem essa coisa de reclamar de tudo podemos até dizer que uma cultura da pobreza. Essa cultura da pobreza é algo com muita criatividade e valores sem igual que fazem sobreviver de maneiras diferentes comunidades inteiras em diversas localidades brasileiras. Podemos dizer então que temos uma cultura dos brasileiros¿ Essa é a questão você tem cultura¿ Qual é a cultura que você tem¿ É a mesma de seus pais¿ o que tem de comum com as culturas de outros países como o Chile, Bolívia entre outros países¿ Se existe crítica é por ter um motivo, o que podemos fazer com essa crítica que pode ser apenas um desabafo. As questões políticas são complicadas e muito dinâmicas por isso necessita de debate, relações e convívio. Pretendo contribuir com o debate, não dar uma resposta aos problemas. Um existencialismo do partido, poder, governo e um abandono de qualquer propósito de um existencialismo dos trabalhadores. Aquela idéia de macro e abandono do micro. A preocupação leva-nos a fazer uma ação a partir dessas idéias que surgem das nossas percepções sobre a realidade em que vivemos e desejamos mudar. E devemos lutar para que possamos fazer a coisa certa, mesmo que mexa com algumas questões imediatas, se deve pensar a longo prazo e não ficar como se fosse cão de guarda para latir a qualquer avanço de um partido corrente, projeto, coletivo. Mais que pensar a longo prazo, agir a longo prazo é planejar as ações anuais, quem não planeja fica no improviso, determinismo que acaba criando uma idéia linear como se a história fosse evolucionista. Se a história é processo e precisamos viver cada momento fazendo a história e só iremos realmente fazer a história fazendo as tarefas que são exigidas. Esses partidos brasileiros representam os trabalhadores do Brasil, nos realmente somos a favor de mudanças mais profundas ou queremos apenas ocupar o espaço da elite¿ Quero pensar que podemos avançar em um campo de esquerda e fazer convencer aqueles que estão e vem para o Partido. Fazer parte de um Coletivo do Partido, iniciar diálogos com a preocupação com a base e ação direta, mais participação e formação entre outras coisas problemas do centralismo e burocratismo. O que posso dizer é um espaço de dialogo com uma concepção marxista a partir de uma dialética de analise a partir de fatos a ação e reflexão que leva-nos a planificar coletivamente o partido.

A mais de 37 anos atrás é deposto Salvador Allende

A mais de 37 anos atrás é deposto Salvador Allende, a necessidade dos capitalistas e as elites nacionais em por fim qualquer alternativa a que venham defrontar com os interesses, por outro lado o fim em 1973 desse governo assim como no Brasil em 1964 e em outros países ameríndios ou latinos americanos. A luta pela libertação continua sendo uma máxima que perdurará por algum tempo e devemos vencer as elites com uma sociedade justa e com maior equidade social. Infelizmente estamos a lamentar pelo fim de uma história que não tem como voltar no tempo, mas podemos reconstruir cada iniciativa em garantir os interesses populares a partir dos saberes dos mesmos sobre si e o mundo em que vivem.
Tradução do espanhol para português Por Vidaurrázaga Ignacio * Elclarin.cl - sexta-feira, 9 de setembro de 2005 (Vidaurrázaga Gaston 1956-1986) É 10 de setembro de 1973, Allende deve colocar condições de estresse máximo político experiente. O relógio da história rapidamente. Se houvesse rompe com o esperado, será processada muito rapidamente. O tempo é longo e esse tempo já pertencem à história. Ele não é ingênuo sobre a sua importância como um líder em um tempo e de projeto. Portanto assumido, e com razão, que colocam suas vidas e liberdade para o golpe significaria a humilhação da sua dignidade, bem como de nenhuma forma de garantir a sua integridade ou a de suas famílias, como seria mostrado. Hoje é um dia com várias reuniões tensas e consultas. Muitos telefonemas foram cruzados em diferentes direções. Alguns planejamento do assalto, outro com a impotência de saber que viria e que todas as tentativas seriam em vão. Allende, sabe que ele tem de decidir questões de importância vital, vários relatórios indicam que no seio das forças armadas e da polícia estão vinculados movimentos golpistas. O que fazer? Pense Balmaceda, rodeado por uma oligarquia não deixá-lo prosseguir. Além disso, lembre-se que a frase como a sua ligação ao sair de La Moneda. Quem vai ser fiel e quem não está no presente, na hora final? O que vai acontecer a todos aqueles que acreditaram nele? Como o Chile diminuir direitos e justiça social? Quanto tempo deve decorrer de um projeto que efetivamente representa a grande maioria? Será possível no futuro? 32 anos atrás Os 11 original foi um dia cinzento. Uma ponta de foguetes e balas mudança Chile. Hoje, depois de 32 anos, marca de grande penalidade, mesmo que a data do incêndio. A memória é por vezes lento e contraditório, mas sempre, imperceptivelmente borbulhar. Hoje Allende teria 97 anos. É difícil imaginar um avô inúteis, liderados por outros. Gerações que nunca o conheceram pessoalmente, aprender com os registros que permanecem, arrastando o S ouvi-lo na medida em que "colegas". El Salvador Allende, de Patricio Guzmán, o reajuste para essas semanas, com a força gigantesca e mito na memória popular. O seu nome entoado por milhares de todos estes anos. Também realizada na incansável imaginar o que ele faria e não "hoje parceiro Allende no Chile. Os trabalhadores de ontem e hoje vivem pessoas sobreendividadas, olhando paus, sonho de melhores expectativas, as organizações são fracos, eles adormecem exaustos em ônibus e às vezes se comunicam por celular. Tudo agora é privado. Chile lado, o mundo muda. Enquanto isso, Allende lembrando ecos do passado para contar com força e sempre, sempre, a política que serve as aldeias é um sonho coletivo ... e quando é real. Tomas Moro em La Moneda É 11 de setembro, 1973. Tudo começa em sua cabeça, enquanto a alta velocidade através Yánez Eliodoro uma comitiva de 125 Ladas azul, os veículos podem ser demasiado modesto para um agente. Há uma falsa normalidade nas ruas de Santiago que ele vai ver a partir os vidros fumados de seu carro high-backed. Esta rota será a última na sua qualidade de presidente. Um penetra sentimento estranho, acho que de todas as saudades que tinha feito. Tendo trabalhado tão duro para deixar seu escritório quebrado. Começou a sair. Transeuntes apenas reparado, eles estão vendo acontecer a um homem que vai para a história. Parece que a cochilar por trás de sua grossos óculos de aros de tartaruga, bigode grisalho e olhos escuros míope. Todas as lembranças estão lotados. Estes passeios prorrogado, todas essas casas humildes em que eles receberam como se fosse o presidente, 58 e 64, as fotos integrado álbuns de família, às vezes mais de um ano mostram mais tarde. Um cavalo ea pé, de comboio ou o que quer, quando me deparo com a geografia falando sobre justiça social e as transformações que o Chile continua pobre e agrária, para o Chile de injustiça, que voltou a sonhar com o seu trabalho caudilho. A história, o grande livro que é o lar de bandidos e heróis, e vai reservar páginas significativas. Primeira experiência, apenas o Chile, a liderança entre o cobre não-alinhados e de 40 medidas, o socialismo eo vermelho tortas com sabor, o movimento cultural em torno do "processo", como ele disse arrastando a esses, desde que o discurso terrível cultivada em muitas campanhas com o X-expire além distribuídos entre Chile. Uma longa noite Ele tem dormido pouco, não importa, agora é hora de descansar. assessores próximos se reunirá na casa de Thomas More. Salvador Allende avaliar a situação em um círculo de confiança comprovada. A notícia começou a se sentir desconfortável. Hoje, quando às 21:00 h, o prefeito de Linares relatório da movimentação de tropas de Linares, enquanto o esquadrão irá navegar de Valparaiso como parte da Operação Unitas. Será que todos não passam de ilusões? Lies "bem construído, as operações de inteligência, parte de um plano friamente calculado? Call generais e almirantes responsáveis e tudo está normal ou então seria normal neste dia? membros do GAP será postado, guardará esta noite. O Tencha voltou do México e teve uma breve reunião de família com todas as suas filhas Será o último? Pinochet não está localizado esta manhã, mas esta manhã ao mesmo tempo, enquanto você lê estas linhas, o presidente lhe garantiu que tudo estava absolutamente normal, assim como os outros. Allende cresceu com Quando, em 1964, olhou intrigado os actuais enorme e mágica, que deixou um apelido: Allende e também: Venceremos e votação. FRAP foram tempos na pré-história da UP. Quando os murais foram o resultado de um compromisso e não pagar uma pichação na parede do metrô. Quando as campanhas de, pelo menos, eram muito pobres, e teve de porta em porta, sem medo de altas concentrações. E não é tímida jovem contratado nas esquinas, ou dobradiças cartaz cheio de espaços. E as 40 medidas foram o resumo do programa para cada medida foi pintado na Escola Experimental de Arte de La Reina. Como podemos esquecer, quando Allende escandalizou a presidência do Senado, acompanhado do norte do Chile para os sobreviventes do companheiro de Che, só caiu na Bolívia, e depois viajar com eles para Cuba. Ou vê-lo chegando na Mercedes Benz do Senado cinza, o assento de San Martin Rua PS. Com sua jaqueta espanhol, costas retas e sua posição vertical no peito, enquanto acenou com o chapéu para a juventude do companheiro, que já olhou com respeito ... e uma distância crítica na sala ... lembre-se do velho Arauco assentos vermelhos a acenar-atirador do companheiro, com o lisp distintivo. O 11 foi o dia Chegue cedo para La Moneda. Com um dos seus guarda-costas AKA confirmou que o revólver 47 é no tanque do palácio presidencial. Na chegada, os tanques de polícia cercam o palácio e hastearam a bandeira do Chile com o brasão, emblema presidencial horas depois, queimar, queimar o Chile, a partir daquele dia. A notícia será confirmada. Este 11 de setembro será o dia final. Marchas soou em uma cadeia de emissoras de rádio. O golpe militar começou a substituição de chefes militares leais. Prepare-se para a história. mensagens de rádio Magalhães será improvisado, Quieto, visionário contra o holocausto está por vir. Mensagens repetidas 32 anos depois, ainda recordo o trabalho de uma sociedade mais justa Chile. Comece a ordens militares. A rendição incondicional. Parece que não sabem que estão lidando com essas porra caras do exército. Há permanecer leal a seus amigos e cantar logo, Silvio Rodríguez. Médicos, lacunas e jornalistas. Além disso, alguns detetives e algumas mulheres. Aviões H. H. adquiridos para a defesa do Chile, bombardearam o palácio presidencial, enquanto que na terra são mobilizadas forças blindadas ea infantaria, Valparaiso serão tomadas. Os foguetes recolhido e queimado no interior do edifício projectado Toesca. Imagem vai viajar pelo mundo, começou a batalha desigual. Miguel Enríquez tentando se comunicar: você tem que ter o presidente. Tudo é tarde. Nos bairros, vilas e interior homens e mulheres, conter sua raiva, grito de impotência, enquanto outros preparam impossível resistir. Este processo, que surpreendeu o mundo termina aqui. Hora de início que não foi escrito. Ficção não é possível descrever o terror por vir. alterações fundamental na sociedade chilena será imposta a sangue e fogo. Os direitos dos trabalhadores, o sonho de um povo afogado em balas, medo e tortura. Allende é tranquila, disparando de La Moneda e alhures. início de incêndios. Renúncia não abre, ele terá de entrar na história. Sua morte será o legado deste projeto, que certamente não medir as forças e as suas inter-relações, mas a longa marcha será um passo significativo para mais. O tempo é curto. Salvador Allende foi drenado e, finalmente, apenas para ficar em uma história de vida da ala sul. Amanhã, 65 anos, usando capacete e uma arma tirou sua vida. História espera seu gesto não tinha escolha. Não saia com as mãos para ser pisoteada no rosto na rua Morande. Ou ameaçado por um tanque. Não procuram garantias, porque acreditam em suas palavras e disse uma vez que a presidente do Chile ... não dar merda. Culminando meses de espera, dos quartéis, em preparações ingênuo. O tanquetazo de 29 era apenas um julgamento provisório. Esse desfile em setembro passado 4 na frente do palco ao lado de La Moneda, é a despedida para o pai, olhando com ternura e preocupação na cidade de milhares de pessoas, exigindo a ser popular quando ele já estava presente. Naqueles rostos que são a certeza de ser perseguidos, torturados e executados. As mulheres que, em seguida, desaparecer para sempre. Naquele dia, a Praça da Constituição, as ruas são o cenário da época passada. Porque o custo de encontrar de novo como um povo, com certeza ... custo. Então, tudo está em silêncio. Apenas o silêncio. Começar outro dia amanhã. Milhares de pessoas vão morrer, outros vivem escondidos, enquanto muitos partem para o exílio. Um pouco mais mil serão presos, torturados e maltratados, milhões de pessoas vivem com medo. Outros detidos torcer e, eventualmente, liberado para verificar o que você não iria ver ou ouvir. Porque depois de anos será muito difícil justificar tal terror. Soldados e bombeiros retirar a porta do Morande 80, em uma maca militar continua a ser a presidente do Chile. Ira andinos cobertos com um manto, para ser enterrado sem nome a Viña del Mar. Depois de sua figura emergir lentamente. Desde os seus sucessos e percepções de seu homem erros dignos, a partir do cotidiano do homem comum, da ingenuidade do Chile, onde os soldados poderiam respeito do projeto de um povo, ele acreditava que tinha a força para superar todos os mecanismos para detê-lo. Em muitas casas, acendem velas amanhã, com o cuidado que não são da rua. Um homem vai morrer amanhã. Seja o primeiro de muitos homens e mulheres. 32 anos atrás veio à mente. Há 32 anos espera-se que a verdade ea justiça. Há 32 anos que este projecto pretende voltar a estar presentes nas novas condições. É 11 de setembro, 1973. É 11 de setembro de 2005. Por Ignacio Vidaurrázaga* Elclarin.cl - viernes, 09 de septiembre de 2005 (a Gastón Vidaurrázaga 1956-1986) Es 10 de septiembre de 1973, Allende deberá poner en tensión máxima sus condiciones de político avezado. El reloj de la historia marcha acelerado. Si hubo quiebres con lo que esperaba, los tendrá que procesar muy rápidamente. El tiempo termino y estas horas ya pertenecen a la historia. No es ingenuo respecto a su significación como líder de una época y proyecto. Por ello, supone, y con razón, que exponer su vida y libertad a los golpistas podría significar vejámenes a su dignidad, además de no asegurar de manera alguna su integridad, ni la de los suyos como quedaría demostrado. Hoy, será un día tenso con múltiples reuniones y consultas. Muchos llamados telefónicos se cruzaran en distintas direcciones. Unos planeando el asalto, otros con la impotencia de saber que vendría y que todos los intentos serían en vano. Allende, sabe que debe decidir cuestiones trascendentales, diversos informes indican que al interior de las FFAA y carabineros hay consolidados movimientos golpistas. ¿Qué hacer? Piensa en Balmaceda, rodeado por una oligarquía que no lo dejaría proseguir. También, recuerda esa frase suya respecto a como saldría de La Moneda.¿Quiénes serán leales y quienes no, en esta, la hora última? ¿Qué sucederá con todos quienes creyeron en él? ¿ Cuánto retrocederá Chile en derechos y justicia social? ¿Qué tiempo deberá transcurrir para un proyecto que represente efectivamente a las grandes mayorías? ¿Tendrá posibilidad en el futuro? Hace 32 años El 11 original, fue un día gris. A punta de rockets y balas cambio Chile. Hoy, transcurridos 32 años, aún pena esa fecha como marca a fuego. La memoria a veces es lenta y contradictoria, pero siempre, borbotea imperceptiblemente. Hoy Allende tendría 97 años. Resulta difícil imaginarlo como abuelo inútil, llevado por otros. Las generaciones que no lo conocieron personalmente, lo aprenden desde los registros que han quedado, lo escuchan arrastrando las eses en ese “compañeros”. El Salvador Allende de Patricio Guzmán, lo repondrá por estas semanas con fuerza como mito gigantesco en la memoria popular. Su apellido coreado por miles todos estos años. También, disputado en el incansable imaginar, sobre lo que haría y no “el compañero Allende” en el Chile de hoy. Los trabajadores de ayer, hoy viven sobre-endeudados, buscan pega, sueñan con mejores expectativas, tienen débiles organizaciones, se duermen rendidos en las micros y a veces se comunican por celulares. Todo es más privado ahora. Chile cambio, el mundo cambio. Mientras, Allende resuena desde el pasado recordando confiar en las propias fuerzas y que siempre-siempre la política que sirve a los pueblos es un sueño despierto y colectivo...cuando es de verdad. De Tomas Moro a La Moneda Es 11 de septiembre de 1973. Todo se cruza en su cabeza mientras atraviesa a gran velocidad Eliodoro Yánez en una comitiva de Ladas 125 azules, vehículos quizás demasiado modestos para un mandatario. Hay una falsa normalidad en las calles de Santiago que él verá desde los vidrios polarizados, de su vehículo de respaldos altos. Este trayecto será el último en su condición de presidente. Una extraña sensación lo invade, piensa con nostalgia en todo lo que tenía por hacer. Haber trabajado tanto para dejar su mandato interrumpido. Ha comenzado a despedirse. Los transeúntes apenas reparan, que están viendo pasar a un hombre que se desplaza a la historia. Parece dormitar tras sus gruesos lentes de carey oscuro, su bigote cano y sus ojos de miope. Todos los recuerdos se agolpan. Esas extensas giras, todas esas humildes casas donde lo recibieron como si ya fuera presidente el 58 y el 64, esas fotos integradas a los álbumes familiares, que a veces más de alguien mostraría años más tarde. A lomo de caballo y caminando, en tren o en lo que fuera, cuando llego a toda la geografía hablando de justicia social y de transformaciones a ese Chile pobre y aún agrario, a ese Chile de injusticias, que volvió a soñar de su mano de caudillo. La historia, ese libro grandote que acoge a bandidos y a héroes, ya le reserva significativas páginas. Primera experiencia, Chile único, el liderazgo entre los no alineados, el cobre y las 40 medidas, el socialismo con sabor a tinto y empanadas, el movimiento cultural en torno al “proceso”, como dirá arrastrando las eses, desde esa tremenda oratoria cultivada en tantas campañas con la X de allende-vencerá rayada a lo largo de Chile. Una larga madrugada Ha dormido poco, no importa, ya llegara el tiempo para descansar. Colaboradores cercanos se reunirán en la casa de Tomás Moro. Salvador Allende evaluara la situación en un circulo de probadas confianzas. Las noticias comenzaran a intranquilizarlo. Hoy, cuando sean las 21:00 p.m., el intendente de Linares informara de movimientos de tropas desde Linares, mientras la Escuadra habrá zarpado desde Valparaíso en el marco de la Operación Unitas. ¿Todos serán espejismos? ¿Mentiras bien urdidas, maniobras de inteligencia, parte de un plan fríamente calculado? Llama a los generales y almirantes responsables y todo esta normal ¿O así, será la normalidad de este día? Los miembros del GAP estarán acuartelados, habrá guardias esta noche. La Tencha ha retornado de México y ha tenido un breve encuentro familiar con todas sus hijas ¿Será el último? Pinochet no está ubicable esta madrugada, pero temprano esta mañana, como a la misma hora que usted leerá estas líneas, le aseguró al presidente que todo estaba absolutamente normal, lo mismo dirán los otros. Crecimos con Allende Cuando intrigados en 1964 mirábamos esas exis gigantescas y mágicas, de la cual salía un apellido: Allende y además un: Venceremos y el Vote. Eran los tiempos del FRAP en la prehistoria de la UP. Cuando los murales eran resultado del compromiso y no se pagaban a metro de muralla pintada. Cuando las campañas- esas al menos- eran con muy escasos recursos, y había puerta a puerta, sin temor a las grandes concentraciones. Y nadie contrataba jóvenes desganados en las esquinas, ni llenaba plazas de carteles-bisagras. Y las 40 medidas eran el resumen del programa para todos y cada medida se pintaba en la Escuela Experimental Artística de La Reina. Como no recordar, cuando Allende escandalizo al Senado que presidía, acompañando desde el norte chileno a los compañeros sobrevivientes del Che, recién caído en Bolivia, para luego viajar con ellos a Cuba. O verlo llegar en el mercedes benz gris del Senado, a la sede del PS de calle San Martín. Con su chaqueta castellana, la espalda recta y el pecho enhiesto, mientras saludaba con el sombrero a los compañeros de la juventud, que ya lo miraban con respeto... y una distancia crítica...recordarlo en la sala Arauco de viejas butacas rojas saludando al compañero Chicharrita, con el seseo característico. El 11 era el día Temprano arribara a La Moneda. Con uno de sus escoltas confirmara que su fusil AKA 47 se encuentra en él deposito del palacio presidencial. Al llegar, las tanquetas de carabineros rodearan palacio y estará izada la bandera chilena con el escudo, emblema presidencial que horas más tarde arderá, como arderá Chile a partir de ese día. Las noticias estarán confirmadas. Este 11 de septiembre será el día definitivo. Sonaran marchas militares en una cadena de radios. El golpe militar ha comenzado por el reemplazo de los jefes militares leales. Hay que prepararse para la historia. Los mensajes en radio Magallanes, serán improvisados, serenos, visionarios frente al holocausto que se acerca. Mensajes que repetidos 32 años después, todavía recuerdan la tarea de un Chile más justo. Comienzan los bandos militares. Rendición incondicional. Parece que no conocen con quien tratan estos milicos de mierda. Allí permanecerá con sus leales amigos como cantara muy pronto, Silvio Rodríguez. Médicos, Gaps y periodistas. Además, de algunos detectives y unas pocas mujeres. Los aviones H.H. comprados para la defensa de Chile, bombardean el palacio presidencial, mientras por tierra se movilizan fuerzas de blindados e infantería, Valparaíso estará tomado. Los rockets derrumbaran e incendiaran por dentro el edificio que Toesca proyectara. Será la imagen que recorrerá el mundo, comenzara la desigual batalla. Miguel Enríquez intentara comunicarse: hay que sacar al presidente. Todo es tarde. En barrios, campos y ciudades hombres y mujeres, contienen su rabia, lloran de impotencia, en tanto otros preparan lo imposible: resistir. Este proceso que sorprendió al mundo termina aquí. Comenzará un tiempo que no estaba escrito. La ficción no alcanzara para describir el terror que viene. Los cambios fundacionales de la sociedad chilena serán impuestos a sangre y fuego. Los derechos de los trabajadores, el sueño de un pueblo, ahogado en balas, miedo y torturas. Allende esta tranquilo, se dispara desde La Moneda y otros puntos. Comienzan los incendios. Rendición no abra, así lo tendrá que consignar la historia. Su muerte, será el legado de este proyecto, que seguramente no midió las fuerzas ni sus correlaciones, pero, que en esa larga marcha constituirá un significativo avance para los más. Queda poco tiempo. Salvador Allende se escurrirá y quedara finalmente sólo ante la historia en un salón del ala sur. Mañana con 65 años, de casco y utilizando un fusil se quitara la vida. La historia espera su gesto, no tiene otra posibilidad. No saldrá con las manos en alto para ser pisoteado de bruces en la calle Morandé. Ni amenazado por un tanque. No pedirá garantías, porque no cree en sus palabras y dijo una vez que el presidente de Chile... no se rinde mierda. Culminan meses de espera, de acuartelamientos, de ingenuos preparativos. El tanquetazo del 29 era sólo un tímido ensayo. Ese último desfile del 4 de septiembre frente a ese escenario al costado de La Moneda, será la despedida con este padre, que miraba con ternura y preocupación a ese pueblo de miles, demandando poder popular cuando el fin ya estaba presente. En esos rostros estarán los que seguro serán perseguidos, ejecutados y torturados. Las mujeres que luego desaparecerán por siempre. Ese día la plaza de la Constitución, esas calles serán el escenario de esa última vez. Porque costara volver a reunirse como pueblo, seguro... costara. Luego, todo será silencio. Sólo silencio. Comenzará otra época mañana. Miles de personas perderán la vida, otros vivirán escondidos, mientras muchos partirán al exilio. Unos cuantos miles más serán encarcelados, torturados y vejados, varios millones vivirán el miedo. Otros celebraran alborozados y con el tiempo se sonrojaran al comprobar lo que no quisieron ver o escuchar. Porque transcurrido los años será muy difícil justificar tanto terror. Soldados y bomberos sacaran por la puerta de Morandé 80, en una camilla militar los restos del presidente de Chile. Ira cubierto con un aguayo andino, para ser enterrado sin nombre en Viña del Mar. Luego poco a poco su figura emergerá. Desde sus aciertos y visiones, desde sus errores de hombre digno, desde sus cotidianeidades de hombre común, desde sus ingenuidades de un Chile donde esos militares podían respetar un proyecto popular, que creía tener las fuerzas para vencer todos los mecanismos ideados para frenarlo. En muchos hogares mañana se prenderán velas, con el cuidado que no se vean desde la calle. Un hombre morirá mañana. Será el primero de muchos hombres y mujeres. Hace 32 años se dio a la memoria. Hace 32 años se espera verdad y justicia. Hace 32 años que ese proyecto, busca volver a ser presente en las nuevas condiciones. Es 11 de septiembre de 1973. Es 11 de septiembre de 2005.